O recém-lançado smartphone Palm Pre é dotado, como muitos de seus concorrentes, de um dispositivo de localização geográfica GPS.
Uma análise recentemente feita por um usuário deste telefone revelou que o aparelho envia ao seu fabricante dados periódicos sobre a sua localização geográfica,
Chamada a comentar o caso, o fabricante mencionou que a sua política de privacidade prevê esta utilização (para uma melhor integração com o Google Maps, segundo a empresa) e que seria possível ao usuário optar por não enviar tais dados. [via Gizmodo]
O caso abre uma interessante perspectiva sobre as políticas de privacidade de dispositivos destinados ao consumo de massa. Efetivamente, há concorrentes do Palm Pre, como o próprio iPhone, que podem coletar tal tipo de informação locativa. A diferença fundamental é que que certos telefones o fazem somente após uma autorização prévia – que no iPhone, por exemplo, é dada previa e individualmente para cada aplicação que deseja se utilizar deste dado.
No caso do Palm Pre, estes dados eram transmitidos por default, cabendo ao usuário – ou aos poucos usuários que se dessem conta do fato – desabilitar este procedimento.
A facilidade com que a coleta e utilização de um dado que pode ser bastante sensível como o locativo é obscurecida em uma política de privacidade dá mostras de como certos padrões – no caso, o monitoramento como padrão – podem ser induzidos, não através de formas clássicas e impositivas de vigilância, porém através de um instrumento destinado ao consumo de massas, sobre cuja política de privacidade pode pairar mais do que uma eventual suspeita de abusividade perante determinadas legislações.